24 de julho de 2011

Este sol consegue encher-me todos os pedaços que ainda me restam da alma. Com os olhos semi-cerrados tento fixá-lo e abstrair-me de ti. Tento não me lembrar que tu um dia me deixaste com o coração nas mãos e a alma lavada em lágrimas, como quem deixa uma criança a chorar quando lhe retiram o seu brinquedo favorito. Lembro-me que foi exactamente num inicio de verão como este que me deixaste e levaste contigo o nosso amor. Foi num verão como este que me fui perdendo, lentamente. Mas se queres que te diga felizmente ao contrário de nós a natureza não falha. Como vês o sol está aqui de novo a alegrar-me o dia. É realmente estranho mas a mim o estado de tempo consegue mudar logo o meu humor e abrir-me novos horizontes. O tempo foi-me ensinando de que não posso desistir de mim só porque alguém o fez. Só porque tu o fizeste, acrescento. É bom sentir o calor no corpo e a brisa do vento a acompanhar-me todas as manhãs sempre que decido abrir a janela e olhar para o novo dia. Agora percebo o quanto eu andei a perder enquanto mantinha os meus pensamentos fixados na tua pessoa e me esquecia da minha existência. Percebi agora o quão bom é viver sem ter medo de ser feliz. Obrigado. Sim, obrigado a ti, por ter sido a tua perda a fazer-me sentir viva novamente. Muito obrigada por isso. 

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