Devíamos ter esperado mais. Devias ter-me ouvido quando te disse que o nosso tempo não era aquele. Devia ter-te dito que te queria, mas não naquele instante. Sei que voltámos a entrar na mesma espiral onde já nos encontrámos tantas vezes. Onde já nos perdemos ainda mais. Onde eu sou dúvidas e tu és certezas. Voltaste a trazer-me contigo, apegada ao teu coração, para um labirinto cujo final eu já conheço. Ainda assim deixo que sejas tu a guiar-me, porque sabes que para mim o caminho sempre foi melhor quando eram os teus braços que me puxavam. É uma violência para mim, eu sei. O caminho não vai ser longo, eu sei. Vais morrer nas palavras, eu sei. Mas ainda oiço a tua voz perto dos meus ouvidos a pedir-me para ficar. E eu por enquanto, fico.
E o tempo nunca é a altura que devia ser, porque não existe tempo para os amantes, para os sujeitos que passam uns pelos outros e se descartam, pedido para ficar. Correspondam-se de dias, que o tempo passe até chegar à altura certa, espera-se.
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