2 de junho de 2015

Passaram dias. Passaram meses. E quem disser que o tempo faz esquecer, engana-se. Não te esqueci, nem vejo que esse dia esteja para breve. Vivemos na ilusão que haverá sempre outra oportunidade, que haverá uma nova chance para fazer os erros virarem certezas. Vivemos na expectativa que após um "adeus" esteja um "até breve" mesmo que se tenha dado mais que uma oportunidade. Mas quando é que se sabe que é a ultima? Quando os erros ultrapassam os sorrisos? Quando não há amor capaz de preencher os espaços de mágoa? Mas e o que fazer, quando há amor que é capaz de preencher todos os espaços que alguém deixou em branco após uma despedida? O que fazer quando mesmo depois de ter sido dado um passo atrás, se quer saltar para os braços de alguém? Os dias passam, os meses passam. E todo este espaço de dias, por vezes, me leva a crer que tu já não existes. Que não tenho saudades tuas ou que as tuas ausentes palavras ausentes já não mostram qualquer importância. Desculpa-me se às vezes parece que te esqueci, mas desculpa-me principalmente se às vezes ainda te lembro tanto. "É tudo uma questão de dias". Ou oportunidades, dizem eles. Talvez tenham razão, talvez haja um dia para nos esquecermos. Talvez haja uma oportunidade certa. Ainda te vejo aqui, mesmo que te tenha mandado embora da minha vida. Ainda te sinto aqui, mesmo que tenha pedido para nunca mais me tocares. Ainda me olhas tão demoradamente como era costume, mesmo que te tenha pedido para não o fazeres nunca mais. Ainda há recuo nas nossas palavras, espaço entre os movimentos. Ainda há risos em simultâneo, silêncios constrangedores ou palavras sem qualquer pronuncia. O que fazer, quando os dias deram lugar a meses, e ainda dou por mim a escrever-te com "ainda"?

1 comentário:

  1. "Desculpa-me se às vezes parece que te esqueci, mas desculpa-me principalmente se às vezes ainda te lembro tanto." tão bonito!

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