29 de julho de 2011

Nem sempre temos tempo um para  o outro mas eu admito que gosto quando o destino decide por nós, e acaba sempre por nos juntar mais uma vez. Quando as circunstancias jogam entre si e decidem voltar a jogar o nosso jogo de encontros e desencontros, acabando por nos levar com elas, e por incrível que pareça sempre ao mesmo local. Mas ao menos estes encontros deixam-me feliz, não te posso negar. Passamos tanto tempo sem nos pronunciarmos um ao outro, sem uma palavra, uma chamada ou uma miserá mensagem. E depois, em apenas alguns minutos lá estamos nós de novo frente a frente. Ainda gosto de falar contigo, mesmo que comece numa simples conversa de rua e se prolongue para mais umas das tantas nossas conversas de café. Sinto que a confiança que anteriormente depositámos um no outro é das poucas coisas que se mantém. Gosto de te ouvir falar e de sentir que te perdeste nos teus assuntos, gosto de te observar e de contemplar o brilho que tens nos olhos sempre que falas das coisas que são do teu interesse. Também me escutas, ouves-me falar das coisas mais irrelevantes e mostras a tua preocupação. Por vezes fazemos-nos rir um ao outro, e eu confesso que me vêm à memória as nossas longas gargalhadas dos antigos finais de tarde. Observo-te, e vejo que não mudou praticamente nada na tua figura, gosto da forma simples com que ainda sabes estar, de me pareceres genuíno e gosto também quando ainda me vês longe e corres para me abraçar. Acabando por me confortar. Mas acaba sempre tudo da mesma maneira, prometemos um ao outro combinar um próximo encontro, uma nova conversa de café para pôr mais uma vez as novidades em dia. Nem eu nem tu seguimos à letra esta promessa, mas também olhando para todo o nosso historial de antigas promessas creio que esta seja a única quebrada. Desta vez também não me parece que seja excepção, mas isso agrada-me. Gosto tanto de sair à rua na esperança vã de te poder encontrar mais uma vez, de pensar que o destino jogará connosco e nos conduzirá a mais um encontro inesperado. Sempre fui assim e tu sabes, sempre gostei das coisas não programadas, do gosto que têm as combinações não agendadas.

6 comentários:

  1. "Nem sempre temos tempo um para o outro mas eu admito que gosto quando o destino decide por nós, e acaba sempre por nos juntar mais uma vez. "

    é o destino a jogar com dois corações :')

    ResponderEliminar
  2. ou talvez não, e é disso que tenho medo...

    ResponderEliminar