23 de outubro de 2012

alguém que não sou eu#3

Quando estiver a anoitecer. Quando a tua voz interior te disser que está na altura de começares a preparar o jantar. Quando a preguiça chamar por ti e não te der forças para o ir fazer. Quando estiveres deitado no sofá a ver o teu programa de televisão preferido sem vontade de te levantar. Quando tiveres vontade de me ter a mim deitada no sofá contigo a dar-te miminhos. Quando o teu coração chamar por mim não o ignores. Ouve-o e chama-me. Marca o meu número no telemóvel e chama-me para te ir fazer companhia. Diz-me que tenho apenas 20 minutos para me vestir, apanhar o autocarro e estar à tua porta a tocar à campainha. Sempre gostei de corridas contra o tempo. Chama-me que eu vou. Que toco à campainha e te cumprimento com dois beijinhos nas bochechas e faço o jantar para nós os dois. Que comemos à luz das velas e te faço rir com as mil e umas coisas que tenho para te contar. Deixo que me chames de pequenina se me deixares brincar com as tuas bochechas ao aperta-las. Quero fazer-te rir até te queixares que tens a barriga a doer e já não consegues mais. Quero que me peças para ficar contigo quando a lua se despedir de nós. Queria ficar, se não tivesse de ir. Queria muito. Mas não importa, tenho-te comigo todas as noites que o teu coração chama por mim. E tu tens-me a mim sempre que me fazes surpresas e apareces de manhã em minha casa. O que interessa é ter amor para dar um ao outro e não a preocupação do dia depois de amanhã. Porque aí logo se vê. Agora vou despachar-me porque tenho o jantar para te fazer. Ainda não te disse que não sei cozinhar, mas acho que vais ficar já a saber. Até já.

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