4 de outubro de 2012

Uma lágrima cai e com ela cai tudo o que está dentro de mim. Medo. Confusão. Falsas esperanças. Sonhos por realizar. Mais medo. Falo-te muitas vezes disto, e nem sempre entendes em que se baseia. Mas eu sei que tentas, que estás lá do meu lado mesmo quando eu acho que já foste embora. Nunca foste, é verdade. Dizes que nunca irás, e eu vou acreditando. E eu continuo do teu lado, mesmo que esse seja mais do tempo vazio do que meu. Preciso de escrever só para mim e de não te ter a ti nestas linhas, porque já estás em tudo aquilo que faço. E as frases vão-se criando quando o que se calhar fazia de melhor era apaga-las. Porque não fazem sentido. Porque estes não somos nós. Porque não é isto que nos une. Não é isto que o teu coração diz ao meu. Mas eu estou a continuar e não sei se o melhor será ficar ou não por aqui. Não na escrita, mas em tudo. Deixar tudo ficar como está e não tentar ver coisas bonitas onde elas não o são. Estou cansada de ter medo, cansada de viver dentro do coração, cansada de tudo á minha frente se assemelhar a confusão. Diz-me. Diz-me mais uma vez que estás aqui e que não vais embora. Nunca. Mas pega-me na mão e deixa-a ficar sobre a minha, está bem? Deixa-a ficar assim porque é assim que eu a conheço bem. E lá estou eu a tentar que isto dê certo quando na verdade nem te devia expôr nestas palavras. Não podia. Não devia. Não por ti, mas por mim. Mas é mais forte do que eu. É algo que está dentro de mim e que hoje decidiu sair-me pelos dedos. Mas eu continuo com medo.. continuo com medo de ti. De saber que existes mas de não te poder ver, de te sentir aqui mas não saber como chegar até ti. Tenho medo. E de repente vejo-te aqui do meu lado, a olhar por mim com a mão sobre a minha testa a dizer-me a mim para parar com isto que estou a escrever. Talvez tenhas razão. Talvez não devesse escrever-te tais linhas, com tamanha dor e grande medo. Mas é como eu estou hoje, como me sinto pequenina neste medo tão grande. Se calhar não te devia ter deixado entrar assim.. tão em mim ao ponto de já não saber distinguir-nos um do outro. Mas não pude. Ou melhor, não consegui. E aqui estás tu. Do meu lado, dentro de mim, como quiseres entender. Mas é bom, ás vezes, não nego que não. E fui-me perdendo cada vez mais em ti, por descuido, e agora? Agora não me encontro sem ti. Não me vejo sem te ver a ti. Não me sinto sem te sentir a ti. Não chores. Dizes-me tu tantas vezes, mais do que aquelas em que estás do meu lado para as conseguires limpar. Mas não tem mal, eu sei ser forte sozinha. Mais do que aquilo que julgo, mais do que aquilo que acho que consigo. Precisava de escrever para mim, sem que ninguém me pudesse ler ou ouvir-me. Espero que ninguém o faça, espero que ninguém tenha chegado até aqui. Porque hoje é o dia em que algo em mim se quebrou e qualquer dia será a escrita a quebrar-se em mim.

7 comentários:

  1. amor grande quando acaba faz a gente se sentir pequeno


    mas apesar de dar bons textos escrever é sofrer d enovo

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  2. Princesa, não te sintas assim. Cuida de ti <3

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  3. claire não tenhas medo de nada, como tu o disseste tu consegues ser forte sozinha. mas quem sabe? até pode nem ser necessário..

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  4. Que se passa, claire? Tenho a certeza que ele não se irá embora. Nem ele nem a tua escrita!

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  5. não deixes que a escrita se quebre. tens muito para dar. olha à tua volta, há sempre um sorriso

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  6. obrigada e não sei como gostas do que escrevo quando escreves coisas tão tão bonitas, a sério. gostava de conseguir escrever assim, como tu.
    eu espero que consiga um dia, e obrigada por seres tão querida ! *

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  7. mariana não consigo abrir nem o teu perfil nem blog. o que se passa?

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