26 de julho de 2011

Desta vez deixa-me ser eu a guiar-te. Por entre os grãos de areia e os reflexos da lua expostos nas ondas. Deixa-me conduzir-te por entre a música do meu silêncio até às dunas que se situam perto do pontão. Deixa-me trazer-te as memórias das cortinas do palco onde ambos já representámos a mais confusa história das nossas vidas. Tem sido de facto um tanto quanto teatral, ou não concordas? Mas desta vez quero que encerremos essas historias do mundo do espectáculo e encaremos a realidade. Larga o guião, deixa-o cair por entre as ruas, o vento encarregar-se-a  dele. Desta vez estou pronta a fugir contigo, prometo. Mas primeiro senta-te comigo e escuta-me. Não olhes para o relógio, coloquei-o em modo pausa, até o tempo é nosso viste? Agora somos só nós os dois, posso garantir-te que jamais me terás longe de ti. Não vamos precisar mais de fugir para a praia àquelas horas proibidas da noite só para que ninguém nos veja. Embora confesso que esse sabor a proibido tivesse um certo encanto e me despertasse todos os sentidos.  Sinto que esta é a altura perfeita para te tirar desta confusão de almas. Por isso vamos pegar no teu carro, aquele em que já fizemos tantas viagens fantásticas pelo corpo um do outro e fazer-nos conduzir à praia do nosso amor. Partir sem bagagem e só com destino, agrada-me bastante. Respira fundo e concentra-te em mim, olha-me nos olhos e diz-me que ansiaste por isto tanto como eu todo este ano em que eu não estive presente. É Verão, eu voltei e tão cedo não volto a partir. 

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